terça-feira, 30 de agosto de 2011

De volta


Bom, muitas coisas não foram escritas e descritas nesse blog, mas acho deu pra captar a essência.
Foi um ano perfeito. Mesmo com suas imperfeições, e também por causa disso.
Viajei, estudei, tomei as decisões que tinha que tomar, fiz amigos maravilhosos... e voltei.

E quero encerrar com isso, com a parte mais difícil: voltar.
Voltar é muitíssimo mais difícil que ir, porque você vai sabendo que é por um tempo limitado, e volta sem saber quando poderá ir pra lá de novo. 

As saudades são muito maiores, ou mais desesperadoras, porque quando se vai, sabe-se que dali a X meses veremos novamente as pessoas que sentimos falta, mas quando voltamos não temos a menor idéia de quando poderemos rever os amigos, muitas vezes praticamente irmãos (mesmo com o pouco tempo de convivência. tempo contado em horas não importa), que deixamos pra trás.

Não posso deixar de falar que não tem um dia que eu não acorde querendo estar em Dublin. Do desânimo que dá voltar pras condições de vida e trabalho no Brasil, moldadas por uma visão de mundo tão atrasada. Do calor. Dos mosquitos. Dos morros. Da falta de transporte público. Da grama que pinica. Das coisas vergonhosas que acontecem todos os dias. 

De várias vezes não parar pra pensar se foi um erro ter voltado.

Isso porque felicidade é algo que depois que se tem, não se quer mais perder.Nunca.
Eu fui feliz em Dublin de uma forma que nunca tinha sido antes, por vários motivos internos e externos. É claro que eu gosto do Brasil, que amo minha família, meus amigos e todas as pessoas queridas que tenho aqui. Mas amá-las não significa necessariamente viver perto delas o tempo todo, e sim tê-las sempre no coração.

Descobri que lugares são como pessoas. Tem uns que vc bate o olho e já aceita como sendo uma casa. Outros, pode ficar a vida inteira e sentir-se um estranho. Dublin me acolheu, e eu a acolhi em mim como minha casa. Passeio pelas ruas do Temple Bar, deito e rolo no St. Green, vou pra lá e pra cá na Grafton Street, como se os conhecesse desde que nasci. Sweeneys, Sin é, Turks Head, Shebben Chic.... velhos amigos! Sempre prontos para umas pints : )

Ryanair... é um caso de amor e ódio... mas como toda paixão, brigamos, brigamos, mas não queremos nos separar! Tenho que confessar que MORRO de saudades de dormir no aeroporto pra pegar os vôos, ficar na fila pra pegar lugar, ter que arrumar e desarrumar a mala pra passar no medidor,quase morrer nas aterrissagens, chegar nos aeroportos de fundo de quintal...  mas... viajar!!!! Agora que viciei, não quero mais parar!

Tenho um carinho gigante e uma saudade infinita dos amigos que deixei. Não sei quando poderei voltar.
Mas voltarei, não posso deixar de sair mais uma vez para uma pint :)

Mas enfim, temos que seguir em frente. Momento de traçar e alcançar metas, que foram os motivos pelos quais voltei. E tentar aproveitar tudo que tem de bom aqui, porque se eu aprendi algo com meus queridos irmãos da ilha dos gnomos, foi "enjoy the way", ou seja, aproveitar o caminho, não só o objetivo.

Mas morrendo de saudades de lá...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Reta final

Estou tão na correria que está impossível postar qualquer coisa... faz mais de um mês que tou tentando cortar cabelo e sempre desmarco, meu cabeleireiro já desistiu de mim... 


E eu aqui sem ter feito minhas malas, sem ter começado a tomar NENHUMA providência pra ir embora, sendo que tenho 2 semanas, e nem quero pensar na partida. Só quero aproveitar ao máximo meus últimos dias...

Mas resumindo, tá tudo perfeito! Se melhorar, estraga...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Minhas paixões


Cada dia descubro uma nova paixão em Dublin…

Segunda-feira, fui eu encontrar uma amiga num dos nossos lugares preferidos aqui, um pub chamado Sin é, e fomos surpreendidas com uma das melhores Open Mic Nights de Dublin, da qual não sabíamos... 

Duas das nossas bandas preferidas do, digamos, “circuito alternativo”estavam lá, e eu vim embora mais cedo porque estava exausta, mas a vontade era virar a noite ouvindo boa música, compartilhando histórias e pinchers e muitas risadas!

 (pinchers – nem sei se é assim que escreve -  são as jarras de cerva que vendem em alguns pubs aqui. Porque aqui não existe essa garrafa grande que geralmente se pede no Brasil, com vários copos. Tem a pint, que é um copo de meio litro, individual, ou a long neck. Se quiser compartilhar, pede-se essa jarra).

Agora que estou com a contagem regressiva “mode on”, tudo está se tornando gradativamente nostálgico...menos trabalhar :P hahahaha

Dá medo de voltar pro Brasil. Medo quando vemos os amigos que voltaram gritando aos quatro cantos que queriam ter ficado. Medo de perder essa liberdade inebriante, essa independência de tudo, de costumes, de culturas, de regras, de conceitos e pré-conceitos que não existem num lugar onde reúne-se mil culturas e nacionalidades simultaneamente. 

Na iminência da partida, sentimos que aqui podemos tudo. Tudo é válido, tudo é permitido. E não é uma questão de libertinagem, de perder valores ou princípios, mas sim de liberdade mesmo. Liberdade de dar as caras, de passar vexame, de gritar na rua, de ir no mercado de pijama, de ver-se e encontrar-se e sumir-se e achar-se novamente.  De estar com quem quiser, de ficar e desficar, de ver gente diferente o tempo todo, de descobrir coisas novas a cada dia, de não dar satisfações a não ser a você mesmo, quando dá vontade, de sair numa segunda-feira sem um pingo de culpa...

Certeza absoluta: eu vou ficar com saudade. Vou morrer de saudades!

Mas o mais importante agora é conseguir levar um pouco disso tudo pra casa. É me permitir deixar Dublin, mas não permitir nunca que Dublin me deixe...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Morar Fora

Colocaram que esse texto é do Tom Jobim, mas eu tenho sérias dúvidas... no entanto, independente da autoria, ele é muito bom, por isso quis reproduzí-lo aqui:


Não é apenas aprender uma nova língua Não é apenas caminhar por ruas diferentes ou conhecer pessoas e culturas diversificadas. Não é apenas o valor do dinheiro que muda. Não é apenas trabalhar em algo que você nunca faria no seu país. Não é apenas conquistar um diploma ou fazer um curso diferente. Morar fora não é só fazer amigos novos e colecionar fotos diferentes. Não é só ter horários malucos e ver sua rotina se transformar. Não é só aprender a se virar, lavar, passar, cozinhar. Não é só comer comidas diferentes, pagar suas contas e se preocupar com o aluguel. Não é só não ter que dar satisfações e ser dona do seu nariz.

Não é só amar o novo, as mudanças e também sentir saudades de pessoas queridas e algumas coisas do seu país. Não é apenas já saber que é alguém do Brasil ligando quando toca seu celular e aparece numero privado. Não é só a distância. Não são apenas as novidades. Não é só uma nova vista ao abrir a janela. Morar fora é se conhecer muito mais...

É amadurecer e ver um mundo de possibilidades a sua frente. É ver que é possível sim, fazer tudo aquilo que você sempre sonhou e que parecia tão surreal. É perceber que o mundo está na sua cara e você pode sim, conhecê-lo inteiro. É ver seus objetivos mudarem. É mudar de idéia. É colocar em prática. É ver sua mente se abrir muito mais, em todos os momentos. É se ver aberto para a vida. É não ter medo de arriscar. É aceitar desafios constantes. É se sentir na Terra do Nunca É querer voltar e não conseguir se imaginar no mesmo lugar. Morar em outro pais é se surpreender com você mesmo.

É se descobrir e notar que na verdade, você não conhecia a fundo algo que sempre achou que conhecia muito bem: Você mesmo!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Turistando.... Guinness e Jameson


Esse final de semana tive a grande alegria de receber aqui uma amiga do Brasil, que estudou no colegial comigo há dez anos atrás (nooooooooooooooossa que velhiceeeee) e que veio morar em Galway, na Irlanda. Pena que ela está vindo e eu estou indo, mas enfim... veio bem a calhar porque eu tenho menos de dois meses em Dublin e não fiz praticamente nada de coisas turísticas aqui. E aproveitando que ela veio, fizemos os tours na Guinness e na Jameson.

 

Pra ir na fábrica da Guinness, primeiro tivemos que achar o lugar, porque não é exatamente na fábrica, onde a gente conhecia. Um guarda ridiculamente estúpido e mal educado disse que “a gente não pode entrar na fábrica porque só os funcionários entram. A gente pode ir na storehouse, que fica em outro lugar”. Imbecil.
Eu fico muito brava com essas pessoas que são ignorantes sem motivo. Mas enfim, lá fomos nós achar a Storehouse.


 o prédio da Guinness é bem grande, com vários andares, mas não tem um guia ou algum cronograma pra se seguir. Então você basicamente passeia pelo prédio, tem alguns painéis com informações sobre a história e a produção da cerveja (que a gente leu muito pouco, porque em certo ponto fica monótono) e tiramos fotos.



Pra falar a verdade, a única coisa que eu achei realmente bacana foi que no final a gente coloca a nossa própria pint de Guinness. E tem direito a uma pint, mas eu não bebi porque, Iam really sorry, mas Guinness é muito ruim. Não é pouco ruim não, é muito ruim. Que os irlandeses me perdoem...

 


Já no da Jameson, achei muito mais legal. É um tour guiado, onde a gente ouve toda a história da coisa, com partes engraçadas, tudo bem estruturado e organizado. 

  

Fiquei sabendo por exemplo que 10% do whisky é perdido no período em que ele fica armazenado, porque evapora, e eles chamam isso de “compartilhar com os anjos”... e que a tarefa de limpar os imensos compartimentos onde os grãos ficavam "de molho" o pobre escolhido descia lá amarrado numa gordinha e ficava respirando gases da fermentação e esfregando as paredes. E como geralmente ninguém queria fazer isso, John Jameson estabeleceu a regra que quem chegasse atrasado segunda de manhã ficaria com essa bela tarefa...

 

  
No final, também temos direito a um drink, e eu gosto de Jameson. Aqui em Dublin é bem tradicional beber Jameson com Cramberry juice, e é bem gostoso. A Cris ainda foi uma das escolhidas pra ir degustar Jameson e comparar com outros tipos ( Jack Daniels e um outro que esqueci) e ela trouxe depois os shots pra gente e bebemos também. Saímos tontinhas do passeio... hahahaha




Informações pra quem quiser ir nos tours:
Ficam abertos todos os dias, o da Guinness pode ir qualquer hora. O da Jameson tem horários certos porque tem guia.
Ambos são o mesmo preço: 13 euros adulto/ 11 euros com carteirinha de estudante

terça-feira, 31 de maio de 2011

Grand Social brechó




Fui no Grand Social sábado a tarde porque fiquei sabendo disso. The Grand Social é um pub grande, que tem um palco no andar de cima onde rolam vários gigs legais. Mas no sábado a tarde, mais especificamente das 12 às 17h rola uma feirinha, como diríamos no Brasil.  

Isso porque aqui num rola fazer feirinha assim a céu aberto e acho que não preciso explicar o motivo...
Mas enfim, tem bijus, tem hippies fazendo artesanato, e roupas indianas, brechó estilo retrô, discos, livros, comida natureba... o que é igual à MEU PARAÍSO =D

É uma coisa relativamente nova parece que começou mês passado, o que me consolou de só ter ficado sabendo disso agora. Como sempre, quando eu mais preciso, estava sem máquina fotográfica, mas pra quem gosta dessas coisas, vá que vale a pena!

sábado, 28 de maio de 2011

A Frase

Serei sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre...
(Clarice L.)