terça-feira, 30 de agosto de 2011

De volta


Bom, muitas coisas não foram escritas e descritas nesse blog, mas acho deu pra captar a essência.
Foi um ano perfeito. Mesmo com suas imperfeições, e também por causa disso.
Viajei, estudei, tomei as decisões que tinha que tomar, fiz amigos maravilhosos... e voltei.

E quero encerrar com isso, com a parte mais difícil: voltar.
Voltar é muitíssimo mais difícil que ir, porque você vai sabendo que é por um tempo limitado, e volta sem saber quando poderá ir pra lá de novo. 

As saudades são muito maiores, ou mais desesperadoras, porque quando se vai, sabe-se que dali a X meses veremos novamente as pessoas que sentimos falta, mas quando voltamos não temos a menor idéia de quando poderemos rever os amigos, muitas vezes praticamente irmãos (mesmo com o pouco tempo de convivência. tempo contado em horas não importa), que deixamos pra trás.

Não posso deixar de falar que não tem um dia que eu não acorde querendo estar em Dublin. Do desânimo que dá voltar pras condições de vida e trabalho no Brasil, moldadas por uma visão de mundo tão atrasada. Do calor. Dos mosquitos. Dos morros. Da falta de transporte público. Da grama que pinica. Das coisas vergonhosas que acontecem todos os dias. 

De várias vezes não parar pra pensar se foi um erro ter voltado.

Isso porque felicidade é algo que depois que se tem, não se quer mais perder.Nunca.
Eu fui feliz em Dublin de uma forma que nunca tinha sido antes, por vários motivos internos e externos. É claro que eu gosto do Brasil, que amo minha família, meus amigos e todas as pessoas queridas que tenho aqui. Mas amá-las não significa necessariamente viver perto delas o tempo todo, e sim tê-las sempre no coração.

Descobri que lugares são como pessoas. Tem uns que vc bate o olho e já aceita como sendo uma casa. Outros, pode ficar a vida inteira e sentir-se um estranho. Dublin me acolheu, e eu a acolhi em mim como minha casa. Passeio pelas ruas do Temple Bar, deito e rolo no St. Green, vou pra lá e pra cá na Grafton Street, como se os conhecesse desde que nasci. Sweeneys, Sin é, Turks Head, Shebben Chic.... velhos amigos! Sempre prontos para umas pints : )

Ryanair... é um caso de amor e ódio... mas como toda paixão, brigamos, brigamos, mas não queremos nos separar! Tenho que confessar que MORRO de saudades de dormir no aeroporto pra pegar os vôos, ficar na fila pra pegar lugar, ter que arrumar e desarrumar a mala pra passar no medidor,quase morrer nas aterrissagens, chegar nos aeroportos de fundo de quintal...  mas... viajar!!!! Agora que viciei, não quero mais parar!

Tenho um carinho gigante e uma saudade infinita dos amigos que deixei. Não sei quando poderei voltar.
Mas voltarei, não posso deixar de sair mais uma vez para uma pint :)

Mas enfim, temos que seguir em frente. Momento de traçar e alcançar metas, que foram os motivos pelos quais voltei. E tentar aproveitar tudo que tem de bom aqui, porque se eu aprendi algo com meus queridos irmãos da ilha dos gnomos, foi "enjoy the way", ou seja, aproveitar o caminho, não só o objetivo.

Mas morrendo de saudades de lá...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Reta final

Estou tão na correria que está impossível postar qualquer coisa... faz mais de um mês que tou tentando cortar cabelo e sempre desmarco, meu cabeleireiro já desistiu de mim... 


E eu aqui sem ter feito minhas malas, sem ter começado a tomar NENHUMA providência pra ir embora, sendo que tenho 2 semanas, e nem quero pensar na partida. Só quero aproveitar ao máximo meus últimos dias...

Mas resumindo, tá tudo perfeito! Se melhorar, estraga...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Minhas paixões


Cada dia descubro uma nova paixão em Dublin…

Segunda-feira, fui eu encontrar uma amiga num dos nossos lugares preferidos aqui, um pub chamado Sin é, e fomos surpreendidas com uma das melhores Open Mic Nights de Dublin, da qual não sabíamos... 

Duas das nossas bandas preferidas do, digamos, “circuito alternativo”estavam lá, e eu vim embora mais cedo porque estava exausta, mas a vontade era virar a noite ouvindo boa música, compartilhando histórias e pinchers e muitas risadas!

 (pinchers – nem sei se é assim que escreve -  são as jarras de cerva que vendem em alguns pubs aqui. Porque aqui não existe essa garrafa grande que geralmente se pede no Brasil, com vários copos. Tem a pint, que é um copo de meio litro, individual, ou a long neck. Se quiser compartilhar, pede-se essa jarra).

Agora que estou com a contagem regressiva “mode on”, tudo está se tornando gradativamente nostálgico...menos trabalhar :P hahahaha

Dá medo de voltar pro Brasil. Medo quando vemos os amigos que voltaram gritando aos quatro cantos que queriam ter ficado. Medo de perder essa liberdade inebriante, essa independência de tudo, de costumes, de culturas, de regras, de conceitos e pré-conceitos que não existem num lugar onde reúne-se mil culturas e nacionalidades simultaneamente. 

Na iminência da partida, sentimos que aqui podemos tudo. Tudo é válido, tudo é permitido. E não é uma questão de libertinagem, de perder valores ou princípios, mas sim de liberdade mesmo. Liberdade de dar as caras, de passar vexame, de gritar na rua, de ir no mercado de pijama, de ver-se e encontrar-se e sumir-se e achar-se novamente.  De estar com quem quiser, de ficar e desficar, de ver gente diferente o tempo todo, de descobrir coisas novas a cada dia, de não dar satisfações a não ser a você mesmo, quando dá vontade, de sair numa segunda-feira sem um pingo de culpa...

Certeza absoluta: eu vou ficar com saudade. Vou morrer de saudades!

Mas o mais importante agora é conseguir levar um pouco disso tudo pra casa. É me permitir deixar Dublin, mas não permitir nunca que Dublin me deixe...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Morar Fora

Colocaram que esse texto é do Tom Jobim, mas eu tenho sérias dúvidas... no entanto, independente da autoria, ele é muito bom, por isso quis reproduzí-lo aqui:


Não é apenas aprender uma nova língua Não é apenas caminhar por ruas diferentes ou conhecer pessoas e culturas diversificadas. Não é apenas o valor do dinheiro que muda. Não é apenas trabalhar em algo que você nunca faria no seu país. Não é apenas conquistar um diploma ou fazer um curso diferente. Morar fora não é só fazer amigos novos e colecionar fotos diferentes. Não é só ter horários malucos e ver sua rotina se transformar. Não é só aprender a se virar, lavar, passar, cozinhar. Não é só comer comidas diferentes, pagar suas contas e se preocupar com o aluguel. Não é só não ter que dar satisfações e ser dona do seu nariz.

Não é só amar o novo, as mudanças e também sentir saudades de pessoas queridas e algumas coisas do seu país. Não é apenas já saber que é alguém do Brasil ligando quando toca seu celular e aparece numero privado. Não é só a distância. Não são apenas as novidades. Não é só uma nova vista ao abrir a janela. Morar fora é se conhecer muito mais...

É amadurecer e ver um mundo de possibilidades a sua frente. É ver que é possível sim, fazer tudo aquilo que você sempre sonhou e que parecia tão surreal. É perceber que o mundo está na sua cara e você pode sim, conhecê-lo inteiro. É ver seus objetivos mudarem. É mudar de idéia. É colocar em prática. É ver sua mente se abrir muito mais, em todos os momentos. É se ver aberto para a vida. É não ter medo de arriscar. É aceitar desafios constantes. É se sentir na Terra do Nunca É querer voltar e não conseguir se imaginar no mesmo lugar. Morar em outro pais é se surpreender com você mesmo.

É se descobrir e notar que na verdade, você não conhecia a fundo algo que sempre achou que conhecia muito bem: Você mesmo!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Turistando.... Guinness e Jameson


Esse final de semana tive a grande alegria de receber aqui uma amiga do Brasil, que estudou no colegial comigo há dez anos atrás (nooooooooooooooossa que velhiceeeee) e que veio morar em Galway, na Irlanda. Pena que ela está vindo e eu estou indo, mas enfim... veio bem a calhar porque eu tenho menos de dois meses em Dublin e não fiz praticamente nada de coisas turísticas aqui. E aproveitando que ela veio, fizemos os tours na Guinness e na Jameson.

 

Pra ir na fábrica da Guinness, primeiro tivemos que achar o lugar, porque não é exatamente na fábrica, onde a gente conhecia. Um guarda ridiculamente estúpido e mal educado disse que “a gente não pode entrar na fábrica porque só os funcionários entram. A gente pode ir na storehouse, que fica em outro lugar”. Imbecil.
Eu fico muito brava com essas pessoas que são ignorantes sem motivo. Mas enfim, lá fomos nós achar a Storehouse.


 o prédio da Guinness é bem grande, com vários andares, mas não tem um guia ou algum cronograma pra se seguir. Então você basicamente passeia pelo prédio, tem alguns painéis com informações sobre a história e a produção da cerveja (que a gente leu muito pouco, porque em certo ponto fica monótono) e tiramos fotos.



Pra falar a verdade, a única coisa que eu achei realmente bacana foi que no final a gente coloca a nossa própria pint de Guinness. E tem direito a uma pint, mas eu não bebi porque, Iam really sorry, mas Guinness é muito ruim. Não é pouco ruim não, é muito ruim. Que os irlandeses me perdoem...

 


Já no da Jameson, achei muito mais legal. É um tour guiado, onde a gente ouve toda a história da coisa, com partes engraçadas, tudo bem estruturado e organizado. 

  

Fiquei sabendo por exemplo que 10% do whisky é perdido no período em que ele fica armazenado, porque evapora, e eles chamam isso de “compartilhar com os anjos”... e que a tarefa de limpar os imensos compartimentos onde os grãos ficavam "de molho" o pobre escolhido descia lá amarrado numa gordinha e ficava respirando gases da fermentação e esfregando as paredes. E como geralmente ninguém queria fazer isso, John Jameson estabeleceu a regra que quem chegasse atrasado segunda de manhã ficaria com essa bela tarefa...

 

  
No final, também temos direito a um drink, e eu gosto de Jameson. Aqui em Dublin é bem tradicional beber Jameson com Cramberry juice, e é bem gostoso. A Cris ainda foi uma das escolhidas pra ir degustar Jameson e comparar com outros tipos ( Jack Daniels e um outro que esqueci) e ela trouxe depois os shots pra gente e bebemos também. Saímos tontinhas do passeio... hahahaha




Informações pra quem quiser ir nos tours:
Ficam abertos todos os dias, o da Guinness pode ir qualquer hora. O da Jameson tem horários certos porque tem guia.
Ambos são o mesmo preço: 13 euros adulto/ 11 euros com carteirinha de estudante

terça-feira, 31 de maio de 2011

Grand Social brechó




Fui no Grand Social sábado a tarde porque fiquei sabendo disso. The Grand Social é um pub grande, que tem um palco no andar de cima onde rolam vários gigs legais. Mas no sábado a tarde, mais especificamente das 12 às 17h rola uma feirinha, como diríamos no Brasil.  

Isso porque aqui num rola fazer feirinha assim a céu aberto e acho que não preciso explicar o motivo...
Mas enfim, tem bijus, tem hippies fazendo artesanato, e roupas indianas, brechó estilo retrô, discos, livros, comida natureba... o que é igual à MEU PARAÍSO =D

É uma coisa relativamente nova parece que começou mês passado, o que me consolou de só ter ficado sabendo disso agora. Como sempre, quando eu mais preciso, estava sem máquina fotográfica, mas pra quem gosta dessas coisas, vá que vale a pena!

sábado, 28 de maio de 2011

A Frase

Serei sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre...
(Clarice L.)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dublin

Dublin é um lugar completamente diferente de todos os outros. Quando eu ouvi isso,foi como se aquelas palavras só me confirmassem algo que eu já sabia. E elas não vinham de nenhuma agência de turismo, de propaganda de intercâmbio, ou mesmo de outro brasileiro ou sul-americano que veio estudar inglês.
Ela é suíça, já morou na Austrália, viajou para vários lugares, e diz que não sai de Dublin por nada. Porque aqui é isso que a gente vê, quem consegue enxergar: uma cidade onde você encontra pessoas do mundo inteiro, onde todo mundo está envolvido com algo interessante: música, canto, pintura, fotografia, ou alguma forma de manifestação artística. Onde tem milhões de músicos tocando em todos os pubs da cidade todos os dias da semana. Ou até mesmo nas ruas do Temple Bar ou na Grafton Street.
Mais tarde, no Sweeneys, conversando com um irlandês ele disse: Dublin não tem nada para ser especial. O clima é horrível, não temos verão, praias, etc, a infra estrutura da cidade não é aquelas coisas, mas esse lugar é especial por isso aqui. E isso não se explica, todo mundo que está aqui sabe que existe, mas só a pessoa vivendo aqui e percebendo por ela mesma.
O que é isso, algum tipo de segredo que todo mundo que está aqui sabe, mas não vão te contar??
E eu percebo quantos brasileiros (isso que eu vejo, mas deve acontecer com pessoas de todo o mundo que vêm pra cá) ficam aqui por determinado tempo e vão embora sem perceber isso. Eu sempre gostei de Dublin (com exceção do inverno horrível) mas pra eu sentir isso mesmo foi um processo lento, do qual eu só tenho me dado conta recentemente.
Dentre o final do ano passado e o começo desse ano aconteceu um processo que vários amigos brasileiros, pessoas queridas que eu adoro, foram embora. E como eu não costumo ir nas festas onde se reúnem geralmente mais brasileiros (com exceção de uma) tipo Diceys, Australiano ou Odeon, eu fiquei com bem menos amigos brasileiros. E ao mesmo tempo fui fazendo mais amigos estrangeiros, tanto irishes como de outras nacionalidades, mas que moram aqui faz bastante tempo e estão aqui porque gostam de Dublin.
Com eles, conheci lugares que nunca tinha ido, eventos novos, principalmente de música, porque todos eles se não são músicos, gostam de boa música, e aprendi muito com a história de vida de cada um. Um largou o emprego como contador pra ser baixista profissional, e hoje toca em várias bandas e muito bem por sinal. Ele tem uma história muito bacana:
Começou a estudar piano aos cinco anos de idade, o que é comum entre as crianças irlandesas. Aos 8, ouviu Beatles no rádio e pediu ao professor pra aprender essas músicas. O professor, horrorizado, se negou, dizendo que ele tinha que estudar os clássicos, como vinha fazendo, que rock and roll era "bad music". Diante disso, ele (Jonesy) simplesmente se negou a continuar com as aulas e os pais tiveram que dispensar o professor.
Aos 14 anos ele já ouvia rock, deixou o cabelo crescer, etc, mas nunca mais tinha tocado nada. Eu perguntei como ele escolheu tocar baixo, e ele disse que toda banda tinha uma formação básica: guitarra base, guitarra solo, bateria vocal, e aquele quinto instrumento, que fazia aquele som tão característico, que o intrigava... até que um dia ele chegou para o pai dele e disse que queria tocar baixo. O pai disse: o que? Não menino, vai aprender a jogar futebol, vai. Duas semanas depois, ele voltou e falou que não queria jogar futebol, queria tocar baixo. Tanto insistiu que o pai deu o dinheiro pra ele comprar, e ele se trancou no quarto e começou a transpor tudo o que ele sabia do piano para o baixo... e assim começou... 
Quando ele foi para a faculdade tocava muito pouco, e depois quando começou a trabalhar como contador, menos ainda. Mas segundo ele, uma hora não aguentou mais e largou o emprego para voltar a tocar. Eu tenho um profundo respeito pelas pessoas que fazem isso. E ele ama tanto o que faz, é algo tão visível, que realmente não tem como dizer que ele não nasceu para fazer isso. Além do talento, claro. Quem tem tanto amor por alguma coisa, merece ter o direito de fazer isso para toda a vida...
Mas têm vários outros casos. Outro amigo saiu do colégio e não foi fazer faculdade também porque toca bateria desde os sete anos de idade e sempre soube que era isso que queria fazer. Outro, pediu demissão do seu emprego como engenheiro de software pra montar seu próprio negócio de fotografia. Outra, veio da Suíça pra cá porque quer se dedicar à pintura e sente que aqui é o lugar para isso (mas tem seu emprego normal). Outra, é professora de francês, mas também canta. Um casal que eu adoro, ele trabalha no shopping mas também é bateirista, e por aí vai...
Aqui em Dublin eu tive inspiração para decidir várias coisas sobre a minha vida, e fazer o que sempre quis fazer mas não tinha coragem. E foi também um processo lento, as coisas foram acontecendo de forma que me levaram a essa conclusão. Que era óbvia, na verdade, mas antes eu simplesmente não via. Além de muitas influências externas e etc. Considerando que esse era o principal objetivo da minha viagem, percebo que não poderia ter escolhido lugar melhor pra vir.
Tenho pouco tempo aqui agora. Sei que no momento não posso ficar indefinidamente, por várias razões pessoais, mas vontade não falta. Tenho consciência que vou morrer de saudades desse lugar, dessa viagem e das pessoas maravilhosas que encontrei por aqui.  E estou falando tudo isso aqui porque espero que quem estiver vindo pra cá, ou já está aqui, perceba isso e aproveite ao máximo essa experiência.
Na casa dessa minha amiga Suíça, eu estava ontem na casa dela e ela tem telas espalhadas por todos os lugares. Ela tem um estilo meio quadriculado, que geralmente não me atrai, mas uma delas em especial me chamou a atenção por uma coisa: o olhar. A mulher tinha um olhar pensativo e sonhador como os artistas, mas ao mesmo tempo firme e determinado, como uma pessoa que luta pelo que quer, que persiste e não desiste facilmente. Esse é meu ideal de vida. Gostei tanto da pintura que ela me deu! Ela é tão querida!
Essa com certeza vai pra parede do meu quarto no Brasil...

by Cindy Bissing

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Roma

Sei que tou atrasadíssississima, mas vamos lá. Por partes:
Roma!
Estação de trem

Lá a gente ia ficar de couchsurfing, então lá fomos nós procurar a casa do Lorenzo, que ia nos receber. Chegamos no lugar sem problemas  (já que o Diego tava comigo :D) mas quando chegamos em frente ao prédio me dei conta que não tínhamos o número do apartamento. E lá na verdade o interfone nem era por número, era por nome. Não tinha nenhum Lorenzo, tinha um Lambruso ou algo do tipo, e um botão bizarro escrito Avatar. O Diego ainda brincou: deve ser esse Avatar aqui...  afff até parece, eu disse.
Bom, depois de alguns pequenos problemas de comunicação, o Lorenzo chegou, abriu pra gente e saiu logo em seguida porque tinha que trabalhar, e disse que dali a pouco o flatmate dele ia chegar.  E realmente, um tempinho depois entra um cara que a gente viu na rua indo correr, mas uma figura altamente estranha, falando um inglês todo enrolado, entrou, sentou no chão e pediu pro Diego alongar as costas dele.  A gente se entreolhou pensando algo do tipo “ferrou, olha os malucos que moram aqui!” (Detalhe: o apartamento deles ERA o do botão do Avatar!!)
Mas pra ver como as impressões podem ser erradas. O maluco, que se chama Fábio, é uma das pessoas mais legais que já vi! No mesmo dia ele nos chamou pra jantar com uns amigos que tinham vindo da França – NOTA: sem querer eu comprei os tickets pra Roma justo no dia da beatificação do Papa! Isso significa trucentas milhões de pessoas na cidade!!! 
NAAAAAAAAOOOOOOOOOO  

Mas enfim, fomos numa pizzaria (sim, ESSA pizza era boa,  mas era uma exceção). E acontece que todos que estavam lá falavam italiano, a maioria inglês, mas alguns não falava, bem o inglês e sim o francês. E eu me senti a pessoa mais ignorante do mundo por não falar nem inglês nem francês, thanks very much :P  E eu não sei qual é mais bonito, francês ou italiano... acho que o italiano talvez ganhe por pouco só pelo “cantado”... nas Igrejas qe a gente entrava eu ficava ouvindo as pessoas rezarem em italiano, sem entender patavina, óbvio, mas só pra ouvir a língua, Tão lindo!!!
Mas enfim, depois do jantar fomos levados, segundo eles, na melhor sorveteria de Roma, num lugar que a gente nunca iria encontrar sozinhos! E tinham vários sorvetes diferentes, eu provei um sorvete de chocolate branco com manjericão (Juro!!!!), e acreditem se quiser, era bom!!



Diego, Fábio e eu andando a noite
Depois disso o Fábio nos levou num walking tour noturno, pra gente ver as praças e as fontes iluminadas, e ficamos andando até quase 2h da manhã! Sooo sweet! J
Tour noturno


No dia seguinte fomos turistar, claro. Primeira parada: Coliseu
A fila tava meega gigante, como disse a cidade tava entupida de turistas, e aí vieram anunciar que se pagássemos 5 euros a mais podíamos cortar a fila e entrar com um walking tour. Lá fomos nós, mas o tour era tão chato que abandonamos a guia ( de novo!), fizemos nossos vídeos e fotos e fomos embora.
Coliseu


Piaza di Spagna


Tava chovendo esse dia, foi o único dia que o tempo tava ruim, e compramos umas capas de chuva que pareciam um sanito daqueles azuis claros com um buraco em cima, mas tudo bem. Fomos no Palatino, passamos em frente o foro romano, e fomos encontrar o Fábio e os franceses pra almoçar. Fomos num achado, um restaurante pequenininho, super tradicional, onde você pagava 8 euros pela refeição, com direito a entrada e cafezinho depois...

Capa de sanito
Ok. Aqui tenho que fazer mais uma ressalva. O Diego é extremamente fresco pra comer. Não gosta de mil e uma coisas e, dentre elas, tomate. Como que pode uma pessoa não gostar de tomate??  Quando ele disse isso aos italianos, quase que ele foi expulso do país... foi pior que falar pra um irlandês que você não gosta de Guiness, ou pra um gaúcho que não come carne (experiência própria!).
Mas enfim, aconteceu qe fomos nesse restaurante e o Fábio pediu os pratos pra gente sem nos avisar, querendo ser gentil e pedir o que eles tinham de melhor. Eu já tinha falado pra ele que não comia carne, mas o Diego não falou nada do tomate. Aí vieram as entradas, que eram Bruschetas (muuuito boas por sinal, com um azeite diferente e manjericão fresco) e o Diego não quis porque falou que não comia tomate. Depois dele quase ser expulso do restaurante, o Fábio só disse.. oh oh! E chegou o prato do Diego, macarrão regado a tomates!
Ele, no maior esforço do mundo, comeu o macarrão parecendo que estava sendo torturado. Virava a cara pra ponta da mesa e fazia careta! E como o prato dele tinha bacon eu não podia trocar com ele, e, sooo sorry, mas o meu prato estava divino! Um molho com diferentes tipos de queijo e ervas, maravilhosamente combinados. Muito bom mesmo.



Mas aí o Diego saiu amarelo do restaurante e ficou a tarde inteira meio que enjoado. (Olha o tamanho da frescura, tudo por causa de uns tomatinhos...  – ele vai querer me matar por isso! Hahaha)  Nessa tarde o Fábio ainda nos levou pra vários lugares, Igrejas, o Pantheon, várias praças, Roma é aquela coisa que a cada esquina surge um pedaço de história, parece que você está andando num museu a céu aberto. Fomos na Fonte de Trevi, onde você joga uma moeda pra um dia voltar em Roma... claro que eu joguei!

Fontana de Trevi

A noite o Lorenzo cozinhou pra gente (mais macarrão!! Rsrsrs) muito bem por sinal, um penny com tomates (eles não usam molho pronto, eles colocam os tomates mesmo) fritos no alho, regados a azeite e manjericão fresco (e um de queijo separado pro Diego =P ) e depois fomos pra uma festa. Eles perguntaram se a gente queria sair e dissemos que sim, claro, só que depois eles disseram que iam nos levar pra uma festa brasileira onde tava tocando uma banda de Porto Alegre.
OMG! Naaaaooooo!!! A última coisa que eu queria era ir pra uma festa brasileira na Itália. Pelamordedeus, queria festa italiana!! Eu queria morrer essa hora, porque como que eu ia dizer isso pra eles? E a gente estava literalmente andando por 12 horas sem parar, completamente exaustos, e trocar a caminha confortável por uma festa de gaúchos era a morte!!
Mas enfim, fomos. Chegamos lá e eu amei o lugar! Não era uma festa brasileira, apesar da banda ser realmente de Porto Alegre, e era o lugar mais underground, mais alternativo de Roma, pelo que me falaram depois. Aí eu cheguei e logo depois fui no banheiro, e era misto, homens e mulheres juntos, então tava todo mundo esperando na fila e um brasileiro veio falar comigo.
Perguntou se eu era brasileira, onde que eu tava morando, etc, etc, e eu perguntei pra ele se era uma festa brasileira. Ele disse que não, e eu falei:
- Mas tava tocando uma música em português quando eu cheguei, com um refrão falando de banho frio e não sei mais o que...
Ele disse:
_  Ah sim, legal a música né?
_ Sinceramente, eu não gostei não, não gostei dessa banda – eu respondi.
Dois minutos depois chega um amigo dele e fala: Na, então, eu e ele tocamos na banda que tava tocando aí, a gente tá só no intervalo....
Muuuito bom.....
E o pior é que nem tinha jeito mais de consertar. Eu só comecei a rir... e o menino ainda virou e falou que na segunda parte eles iam tocar só Beatles, que seria legal, pra eu ficar pra segunda parte do show, e blá blá blá... hahahahaha
No dia seguinte era o dia da beatificação do Papa, e o Diego que é muito católico queria ir. O problema foi tirar ele da cama.... mas enfim, ele foi lá mas não ficou nem meia hora porque não conseguiu chegar nem perto do telão, que ficava a sei lá quantos quarteirões antes do Vaticano... parece que por 2 minutos ele conseguiu ver 1/3 do telão...
Enfim, mas a viagem foi perfeita. A Itália é bela, belíssima!!!

(E MORRO de saudades dos sorvetes!!!!)