Weddings

Tivemos um  aula sobre casamentos. Meldels... tema altamente polêmico. A primeira pergunta foi:

Vcs acreditam em casamento?

Veja bem...

Eu sou uma pessoa extremamente romântica, mesmo que não pareça, mas pra mim poucas coisas podem ser consideradas menos românticas do que o casamento. Na realidade eu acho que existem algumas - nota-se: algumas -  pessoas que parece que nasceram para se casarem e serem felizes para sempre e ponto final! Mas para o restante dos reles mortais, o casamento pode ser um grande equívoco. Leia-se: completo desastre.

Mas enfim, não vou aqui me estender sobre o assunto, senão isso poderia virar um tratado sobre os pensamentos da Maria em relação à relacionamentos, e talvez isso não seja exatamente uma boa idéia.  Como eu estava dizendo, tivemos uma aula sobre casamentos, e como são celebrados em diferentes países. Minha professora é polonesa, de uma cidade bem pequena, segundo ela, e é bem interessante ver como eles têm tradições bem arraigadas, que são seguidas sempre, por várias gerações.

Ela estava explicando que as famílias geralmente são bem grandes, e as festas de casamento duram, pelo menos, dois dias inteiros. A bebida tradicional é vodka, ela disse inclusive que poderia escrever um livro sobre as melhores maneiras de se beber vodka sem passar mal e sem ressaca no dia seguinte! (Nem adianta porque eu já registrei a idéia!!!) Tem um tio, geralmente da noiva, aquela figura do tio engraçado, que gosta de fazer gracinhas, que é sempre responsável por trocar as garrafas de vodka quando elas estão ficando vazias. A ele é a atribuída a função de nunca – jamais – deixar as pessoas sem bebida!

A avó da noiva, a certa altura do campeonato, deve começar a cantar algumas canções também bastante tradicionais, geralmente com letras que fazem brincadeiras apimentadas com os noivos, e toda a festa canta junto.

Antes de ir para a Igreja, todos os carros da família (geralmente uns setenta) saem enfileirados e ficam buzinando pelas ruas.(Que amável...) Em todas as esquinas até chegar na Igreja, eles param o trânsito e não deixam ninguém passar até que os noivos tenham virado um shot de vodka e jogado os copos pra cima – pra dar sorte! O detalhe deles chegarem na Igreja já mais pra lá do que pra cá é, enfim... consequência da tradição.

Já no Japão, existes os matchmakers. Alguém faz idéia do que seja isso? Eu não fazia. Juro que não!!

Matchmakers são, numa tradução aproximada “fazedores de casamentos”. Existem de todos os tipos, desde a tia velhinha que conhece todas as famílias do vilarejo, até agências bem equipadas nas grandes cidades. Até aí tudo bem, mas eu não estava entendendo exatamente como isso funcionava, até que cheguei à uma resposta bem simples:

Alguém, ou a respectiva família, simplesmente contrata alguém para arrumar um marido/ esposa para ele(a).

Será possível???

Imagina a situação: chega alguém, te apresente um ser que você nunca viu mais gordo e diz “esse vai ser o seu marido”... sim... bem...ahanm... então... enfim...  prazer em conhecê-lo!  Como assim??

Levemente constrangedor...

Mas enfim, de qualquer forma, esquisitices à parte, é muito legal isso de ter pessoas de diferentes culturas discutindo isso juntos...  Os japoneses são, via de regra, muito cavalheiros e solícitos, e etc.. esse colega japonês estava andando com a gente um dia, e uma mulher deixou cair um casaco na rua. Ela estava andando muito rápido, tanto que logo desapareceu na calçada, e o Taishi pegou o  casaco, saiu correndo e entregou para ela.

Eu falei – You are so kind!

E ele disse: "I am Japanese. I have to be like this."

Ok, sorry… não quis ofender…

Um outro dia estava um monte de gente conversando e, pra variar, estavam uns aprendendo os palavrões e bobagens na língua do outro. Quando perguntaram pro Taishi ele disse:

- No Japão não temos esse tipo de coisa. A gente pensa sobre sexo o tempo inteiro, mas não temos palavras para dizer essas coisas.  

Imagina que frustração...